Por Lilian Farah Nagato
Quando procurei uma casa pra morar com meu companheiro, o importante era ter espaço externo para termos um jardim, uma churrasqueira, um lugar pra pendurar uma rede e pra curtir o sol sem sair de casa. Mas esta não é a regra de quem mora em casa em São Paulo, ao que parece. A maior parte das casas que visitávamos ocupavam quase 100% do terreno, e não sobrava espaço externo nenhum, a não ser por alguns corredores laterais estreitos. Assim sendo, quando escolhemos esta casa, sabíamos que teríamos que reformá-la, derrubando cômodos.
Por isso, abrimos mão do terceiro quarto para termos um jardim. Quebramos todo o piso do quintal para garantir a permeabilidade do solo.
Organizamos a disposição e a circulação interna da casa, trocando a cozinha de lugar com um dos quartos.
Refizemos instalações hidráulicas e elétricas, e a maior parte dos acabamentos. Temos um aquecedor solar pra água do chuveiro, e reservatórios de água de chuva por gravidade.
Na edícula, aproveitamos um espaço grande e estreito que parecia não ter muito uso, e o transformamos em um escritório/estúdio, com fechamento quase todo em esquadrias de madeira, em vez de alvenaria com janelas pequenas, pra não perder a luminosidade.
Também reformamos o quartinho (cheio de infiltrações) e o banheiro da edícula, pra ser um terceiro quarto. No momento, está sendo usado como quarto de hóspedes.
Retiramos as telhas de cimento amianto existentes sobre a laje da sala (que também apresentava infiltrações), fizemos a impermeabilização, e colocamos um teto jardim.
As soluções mais sustentáveis adotadas são de baixo custo e alto impacto. Porque não basta o discurso, temos que partir pra prática!
Ficha técnica:
Local: São Paulo, Brasil
Início do projeto: 2012
Conclusão da obra: 2014
Área do terreno: 160 m²
Tipologia: Residencial